Hoje quando estava escrevendo, uma borboleta surgiu na minha bancada.
Ela tinha lindas asas pretas e azuis. De um brilho que nunca tinha visto antes.
Por um segundo vaguei em sua beleza.
Mas não demorou muito até que percebe que sua asas estava machucada.
Um pedaço estava faltando.
Uma criatura tão bela. Porém defeituosa.
Um riso frouxo escapou de meus lábios.
Não conseguia acreditar na semelhança dessa situação que passava com a de um personagem tão famoso.
Brás Cubas.
Não posso dizer que era idêntica.
Afinal sua borboleta era preta, negra como a escuridão. A minha azul, como o personagem mesmo
queria que fosse a sua.
Mas ambos tivemos uma escolha a fazer. Matar ou não a borboleta.
Bem, Brás Cubas não era lá muito amável. Ele matou a borboleta.
Uma borboleta perfeita. Ele a matou.
Eu não tive muita escolha.
A linda borboleta de asas azuis estava morrendo.
Contorcia seu pequeno corpinho sem parar. Numa tentativa frustada de voltar a voar.
Batia suas asas freneticamente. O desespero era evidente no inseto.
Fiquei um bom tempo a observando. Queria tira-la dali e a levar para fora.
Mas sabia que que se fizesse isso, ela seria morta por um dos meus cinco cachorros.
Ela estava fadada ao fim.
Vendo que o animal ainda se contorcia de dor quis acabar com seu sofrimento.
Queria dar fim a esse triste evento. Mas não queria destruir suas lindas asas.
Não poderia cometer tal crime.
Diferente de Brás Cubas, não a matei com uma toalha.
Corri até o armário e peguei o inseticida.
Quando voltei para o escritória ela estava caída. Suas antenas se moviam.
Mas estava prestes a morrer.
Sem que mudasse de ideia apertei o espray.
Em segundos a borboleta estava morta.
Se ao menos ela não estivesse quebrada.
RSS Feed
Twitter
17:39
Unknown
