sexta-feira, 31 de outubro de 2014

 

  Hoje chegou pelo correio a carta da minha vida.
 
  Uma carta tão bonita, nas cores de rosa e branco, cheia de notas e observações.
 
  Essa carta me fez chorar. Só de pensar em o que ela significa. Para muito a luz no fim do túnel. Para mim, bem, ainda to no meio do caminho.
 
  Honestamente, ela nem é tão importante. Toda imponente.
 
  Sinto minha garganta se fechando. É incrível como você acaba guardando toda essa raiva, todo esse rancor, toda essa descrença.
 
  Hoje, quando vi os números naquela carta, entendi: mais uma vez eu fui negada.
 
  Disseram que eu era muito jovem, ainda vou mudar de ideia. Se passaram cinco anos e ela ainda está aqui.
 
  Mas com a chegada dessa carta eu percebi: vou ter que sucumbir. Me transformar em mais um dos seus zumbis.
 
  Não, tá tudo bem. Eu entendo. Você quer o meu melhor... Ou só tem medo?
 
  Eu não sei e não quero saber. Para mim já deu de escutar merda. Essa carta já é o suficiente.


domingo, 26 de outubro de 2014



Seu partido é ridículo!  
Seu candidato é um bosta! 
Se votar em tal partido nunca mais falo com você! 
Algumas horas depois 
Respeito é o que importa!
Não escolho a pilula vermelha
Não escolho a azul 
Não escolho nada
E espero que você saiba 
Que o que você diz 
Não vai mudar nada 
Simplesmente nada





segunda-feira, 20 de outubro de 2014



Eu quero gritar
Chorar
Me desesperar

Eu quero arrancar meus cabelos
Socar a parede
Sentir meus dedos ardendo 

Eu quero minhas bochechas vermelhas
Lagrimas nos meus olhos
Esquarteja algo inocente 

Eu quero destruição
Ficar sem folego
Ver meu nariz sangrar 

Eu quero sentir ódio 
Socos e chutes 
Seu rosto desfigurado 

Eu quero sentir o sangue correr 
As pontas dos meus dedos formigando 
Desmaiar de tantas porradas 

Eu quero  adrenalina 
Raiva
Desespero 



sexta-feira, 17 de outubro de 2014




Sempre escuto alguém dizendo que nossa geração é de sorte. Nada de Guerras Mundias, nada de pestes devastadoras que matam milhares. Realmente, temos muita sorte.

  Mas essas pessoas se esquecem de um detalhe. Parece insignificante, coisa pouca. É essa ansiedade diária, essa pressa que não acaba, esses deveres (lê-se imposições) que empurram por nossas gargantas.

  Nós não temos uma grande guerra pela qual lutar. Nossos inimigos não são nazistas com a Blitzkrieg, fascistas com os camisas negras ou uma guerra nuclear esperando o botão vermelho ser apertado. A nossa guerra somos nós mesmos.

  Essa batalha começou no momento em que fomos aprisionados em nossa própria paranóia. Amedrontados, escondidos nos porões escuros de nossas mentas, segurando nossas respirações e esperando que o inimigo vá. Sinto informar, mas ele nunca irá.

  Por mais que você tente, se descabele, faça um escândalo, ele vai aparecer outra vez. Mil vezes mais brutal que uma Blitzkrieg, todo o exercito fascista e as bobas atômicas. Ele é autodestrutivo. Te corroê de dentro para fora, te rasga em pedaços. E chaga o momento em que não sobra mais nada para ser destruído.

 Sinta medo, se apavore. Grite o mais alto que conseguir. Deixe as lágrimas caírem até que não tenha mais água no seu corpo. Não confie em ninguém. Não confie em suas próprias ações. Deixe o desespero tomar conta do seu corpo. Perca o controle.

  Deixe o medo dominar, por que onde há medo, não há esperança. Esperança, meu amigo, é a ultima coisa que vai existir durante essa Terceira Guerra Mundial.





 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014




 Uma nuvem cinza paira o ar. Traz com ela cantos escuros, caras fechadas e respostas mal criadas. Ela vem devagar.

 Já faz algum tempo que rondava a região, mas estava escondida atrás do sol. Ninguém viu chagando. Só foram perceber quando ela já estava lá. Gigantesca e tristonha.

 O mais esquisito é que todos fingem que ela não existe. Quase como uma história de contos de fadas infantil. Mas ela existe, e está esperando o momento adequado para se precipitar.

 Ah, quando ela se precipitar, ai eu quero ver! Não vai ter lugar para se esconder. Chuvas torrenciais. Trovões, relâmpagos, furacões, tudo de uma vez só. Ai eu quero ver se eles vão continuar fingindo que ela não está lá!

 Mas por enquanto melhor não falar nada, vou voltar pro meu canto escuro e ficar mal humorada. Essa nuvem está cada vez maior...



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

 Esse poema foi escrito pelo meu amigo Pablo, que pelo sinal também finge ser poeta!
Aproveitem!



Ao doce mar de um domingo sem tristeza
Lá eu me encontrava junto dela
Admirava seus belos cabelos cintilando tal qual ouro
E na deliciosa vadiagem,tal qual Moraes retratou
Nos sentíamos como Deuses
Deuses de quadros que Da Vinci pintou
Estirados,relaxados,sem ter de nos preocupar
Só eu,ela,e o mar.
Uma garrafa aqui outra ali
Um "eu te amo" pra cá,outro pra lá.
Estávamos loucos e embebedados ?
De que importa afinal ?
Apenas a junção de nossos corpos
Entrelaçados na areia
Abaixo da barraca que roubaste de sua mãe
Acima da emprestada canga de sua avó
E fora da roubada confiança de seu pai.
Só você,eu,o sol e o mar.
Ah,o mar ! Quantas vezes já o retratei ?
Que importa afinal ?
Dançávamos e cantávamos as músicas bregas de nossa juventude
Ridículas e desafinadas,tal qual eramos na época
Época de nossos banhos de mar
Delirantes e vesanos
Refrescantes e deliciosos
Alegrias da nossas tardes de domingo
Se encarando,e sem falar muito
Afinal,não era necessário.
O mar falava por nós.
Mar que ás vezes era calmo e sereno.
Mas ás vezes agitado e violento.
Tal qual nossa relação.
Carregada pelas águas desse mar
E deixando para trás apenas.
Domingos com tristeza






Você vê o sol raiando 
Eu vejo as nuvens se precipitando

Você sente a harmônia e alegria 
Geradas pela brisa 
Eu sinto a destruição e a confusão 
Geradas por um furacão 

Nós nascemos no mesmo dia 
Mesmo amor
Mesma alegria 

A única coisa que nos diferencia 
É que minha alma, angustiada e sofrida 
Se alimenta da sua, feita de luz e energia


      

quarta-feira, 1 de outubro de 2014







So quiet, soft, almost a dance. Even if you're in a hurry you'll stop just to look at it. 

Peaceful. So silent, so smooth and gentle. 
So romantic. 
All the lighting are lighting the way. 
So fast, so mysterious, it whispers. 
It sings a lullaby every once in a while. 
So tense, so suspicious, so beautiful. 
So dark. 
The thunders are the commenders, hits you like a stone. 
So loud, so strong, such a horror. 
They come behind yelling the rules. 
So boastful, so scary, a true fear show. 
The drops won't stop. The night will be long. Lonely, desturbing, grotesquely long. 
I don't have much time. I have to go.
Don't let the rain go.


Trdução:

Tão quieto, macio, quase uma dança. Mesmo que você esteja com pressa vai parar só para olhar.
Pacifico. Tão silencioso, tão suave e gentil.
Tão romântico. 
Todos os relâmpagos estão iluminando o caminho. 
Tão rápido, tão misterioso, sussurra. 
Canta uma canção de ninar de vez em quando.
Tão tenso, tão suspeito, tão bonito.
Tão obscuro. 
Os trovões são os comandantes, te acertam como uma pedra. 
Tão barulhento, tão forte, um horror. 
Eles vem atrás berrando as regras.
Tão prepotente, tão assustador, um verdadeiro show de medo. 
As gotas não vão parar. A noite vai ser longa. Solitária, perturbada, grotescamente longa. 
Eu não tenho muito tempo. Tenho que ir.
Não deixe a chuva partir.