Não é minha culpa - Parte 2

O cheiro adocicado do álcool entrava por minhas narinas e eu gostava.

Sentei-me no bar e pedi um Scocth. Preciso de algo forte.

Ainda tentava entender o que tinha acontecido no parque.

Por que eu fui para aquele lugar?

Não conseguia fazer sentido do que tinha acontecido. Do que estava acontecendo.

Peço outra bebida.

Eu sou uma idiota.

Ir para um parque isolado no meio da noite.

Olho para o celular e suas mensagens me encaram. Esperam o momento que eu irei responder.

Outra bebida.

Sinto os efeitos do álcool em meu corpo.

Minhas bochechas ardem. Meu estomago formiga.

Quem era aquele menino? Peter.

O celular vibra. Uma mensagem sua.

Filho da puta. Pare de me lembrar.

Sei que vou me arrepender mais tarde. Peço outra bebida.

- Eu não acho que deva beber isso.

Peter está sentado ao meu lado.

Meu deus. Como ele veio parar aqui?

- Sério melhor você parar.

- Quem é você?

- Peter, do parque.

Bebo meu Scotch de uma vez só.

Minha cabeça roda. Meu pescoço pega fogo.

Preciso ir ao banheiro.

- Eu te disse.

Respiro fundo e me obrigo a me sentir melhor.

O celular vibra. Você outra vez.

Apoio meus cotovelos no balcão enfio minha cabeça entre meus braços.

- Não precisa ficar assim.

- Quem é você?

Ele me olha desconcertado por alguns segundos.

- Você.

- Eu te perguntei quem você é.

- Exato. Eu sou você.

Mas o que? Ele só pode estar de brincadeira.

- Você sou eu e eu sou você?

- Uhum.

- Me desculpa, mas ainda não estou bêbada pra acreditar nessa merda.

- O seu nome é Clara e você é uma idiota.

O enjoo voltou.

Não tive tempo de ir ao banheiro.

- Eu te disse.

- Vai se foder.